tag:blogger.com,1999:blog-26471255145892669652024-03-13T13:17:56.066-07:00soneto de primaveraNúbia Basíliohttp://www.blogger.com/profile/14059777778165301252noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-2647125514589266965.post-36161486163187843452009-07-11T14:09:00.000-07:002009-07-11T14:10:28.852-07:00"I'm a people person" - Gay Talese<span style="font-family:arial;"><span style="font-size:85%;"><em>Em palestra realizada no Masp,o jornalista relata bastidores de reportagens, critica a imprensa atual e comenta sua aversão às novas tecnologias</em><br /></span><br /><br /><br />Ele não tem celular, não usa internet e e-mail e é conhecido por vestir-se sempre de forma impecável. E foi dessa maneira que o jornalista Gay Talese, considerado um dos criadores do ‘jornalismo literário’ e/ou ‘novo jornalismo’, surgiu para conversar com uma platéia ansiosa, em uma das salas do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na última terça-feira, dia 7 de julho.<br /><br />Os sortudos que conseguiram entrar (inclusive eu) aguardavam para o encontro gratuito, marcado às 19h30, com o jornalista mundialmente aclamado. Mesmo assim, antes das 18 horas, o vão do Masp já se encontrava apinhado de pessoas que esperavam a distribuição de 200 ingressos para os primeiros da fila. Logo que cheguei, uma moça informou: “Não querendo desanimar, mas provavelmente vocês não vão conseguir entrar. Só até ali [a moça apontou o meio da fila] já existem mais de 100 pessoas”. Ainda assim, não desanimei. E com razão: o auditório do Masp foi lotado por mais de 200 pessoas, sendo que uma pequena parte do excedente teve o privilégio de receber um ingresso.<br /><br />Com o ingresso na mão, faltava arrumar um lugar para sentar, ou melhor, para assistir ao discurso do jornalista. Todas as cadeiras estavam ocupadas e o jeito foi sentar-me na lateral esquerda da entrada. A todos os ouvintes, foram entregues fones para acompanhar a tradução simultânea do discurso do norte-americano. Inicialmente, coloquei o fone, mas insatisfeita com a sobreposição de discursos de Gay Talese e da tradutora, resolvi escutar a palestra sem a ferramenta. Boa decisão.<br /><br />Seria inútil tentar reproduzir aqui citações literais de Gay Talese, já que eu não anotei e não posso me arriscar a cometer impropriedades. Ainda assim, algumas frases e os assuntos discutidos na ocasião permanecem na minha lembrança. Acredito que dentre todas as palavras que o jornalista disse, as que mais me marcaram foram: “Eu sou uma pessoa do povo”. Nessa sentença, Talese resumiu sua essência, tão óbvia em suas reportagens em profundidade, característica fundamental para o exercício do jornalismo.<br /><br />Com a atenção aguçada, a platéia – em sua maioria, estudantes e profissionais do jornalismo – ouvia Gay Talese relatar bastidores de reportagens, criticar o jornalismo contemporâneo (segundo ele, “muito próximo do poder” e “pouco cético”) e narrar sobre a origem de sua curiosidade em relação ao mundo. Talese desenvolveu sua observação na infância quando ajudava o pai alfaiate na loja da família. As experiências vivenciadas na época forneceram ao jornalista uma sensibilidade extrema em relação ao mundo.<br /><br />A princípio, o jornalista começou como “copy boy”, aos 21 anos, no jornal norte-americano The New York Times. Um dia, Talese entrou em um prédio no qual existiam letreiros com manchetes de jornal e impressionou-se com o que viu. No terceiro andar do edifício, o copy boy encontrou um homem que tinha na mão um aparelho “parecido com um acordeon” e observou o homem por alguns minutos. “O que o senhor está fazendo?”, questionou o jovem. “Estou criando as palavras que vão lá fora”, foi a resposta à pergunta. Decidido, Gay Talese entrevistou o trabalhador que afirmou que sua história não era de interesse de ninguém e que o garoto não era repórter. “Eu sou copy boy e no futuro vou ser repórter”, respondeu o jovem, que desconhecia a importância de sua iniciativa para a carreira jornalística.<br /><br /> Sobre esse assunto, Talese conta para a platéia que está sempre à procura de personagens anônimos e interessantes, mas que muitas vezes passam despercebidos. Uma vez, por exemplo, o jornalista observou uma longa fila de pessoas e, curioso, descobriu que se tratava de uma liquidação da marca Diesel: as calças estavam sendo vendidas a ‘apenas’ 200 dólares (metade do preço habitual de custo). Talese ainda brincou e disse “Isso é uma liquidação?”, o que lhe levou a escrever uma matéria sobre o fenômeno.<br /><br />Como já havia participado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), Talese imaginava que uma das questões do público seria sobre a queda do diploma de jornalismo no Brasil. Por isso, o jornalista antecipou-se e foi claro; Talese não acredita que qualquer faculdade ou curso de jornalismo possam fornecer os artifícios fundamentais ao repórter: a curiosidade, a habilidade de se aproximar das pessoas fazendo perguntas a elas e conseguindo com que elas respondam a um estranho. Muitas vezes, isso pode ser uma tarefa difícil, especialmente quando o tema trabalhado é um tanto polêmico, espinhoso. Para escrever seu livro A mulher do próximo, análise da revolução sexual ocorrida nas décadas de 60 e 70, Gay Talese aproximou-se gradativamente dos personagens retratados na obra, visitando suas famílias e fazendo parte de suas rotinas.<br /><br />O autor, aliás, é um profissional romântico praticamente em extinção. Ao realizar entrevistas, Gay Talese desacredita na utilização de gravadores e anotações, pois o entrevistado se sentiria inibido e desconfortável. O jornalista, a exemplo de Truman Capote (outro grande expoente do novo jornalismo), vale-se, sobretudo, de sua capacidade de observação e de sua memória. Assim, o tempo que seria usado para realizar anotações, é empregado para notar características físicas e comportamentais do entrevistado, detalhes do ambiente, entre outras nuances. <br /><br />Adicionalmente, o autor afirmou também ser uma pessoa um tanto “antiquada”, já que dispensa o uso de aparelhos celulares e e-mails. Questionado sobre a superficialidade encontrada nas matérias da imprensa atual em decorrência do tempo escasso, Talese foi categórico: “Jornalista tem que fugir do laptop”. Segundo ele, a tecnologia é contraditória em si mesma: ao mesmo tempo em que facilitou a vida das pessoas, também as deixou mais acomodadas, situação que não pode ocorrer no jornalismo.<br />Mesmo assim, Talese é otimista: “Acredito que ainda há espaço para a reportagem de boa qualidade”.</span>Aline Khourihttp://www.blogger.com/profile/00245721615345187476noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2647125514589266965.post-39641781176803999872009-06-26T19:46:00.000-07:002009-06-26T20:35:09.877-07:00Discreto como o próprio jazz<a href="http://1.bp.blogspot.com/_d9jh8b8fbcM/SkWQuudj7eI/AAAAAAAAAEc/CtXysmaV6YA/s1600-h/12_18-paulKlee-RedBalloon.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 198px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351842864620105186" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_d9jh8b8fbcM/SkWQuudj7eI/AAAAAAAAAEc/CtXysmaV6YA/s200/12_18-paulKlee-RedBalloon.jpg" /></a><br /><div><div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;font-size:85%;"><em>Os donos do lugar não gostam muito de publicidade e preferem que a propaganda seja feita boca a boca. Talvez por isso não haja qualquer sinal na entrada que indique se você está no lugar certo quando vai lá pela primeira vez. O letreiro diz apenas estacionamento. O manobrista me indica o caminho: desça até o fundo, vire à esquerda, siga em frente. E atravesso o corredor pouco iluminado, com quadros coloridos e molduras vazias enfeitando as paredes que dão passagem para a garagem transformada em clube. </em></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;font-size:85%;"><em>Dentro, a decoração é simples: mesinhas e cadeiras diversas, antigas escrivaninhas e poltronas de madeira que parecem saídas dos velhos cinemas... tudo arrumado para nos dar a sensação de que entramos naquele quartinho de guardar quinquilharias. E um pequeno palco completa o ambiente. As apresentações de jazz acontecem às quintas-feiras e às sextas-feiras, a partir das 21 horas. E aos sábados, à partir das 20 horas. Só tem um pequeno inconveniente, a casa não aceita cartão como forma de pagamento.</em></span><br /><br /></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;font-size:85%;"><em>O jazz nos fundos fica na rua João Moura, 1076, pertinho da praça Benedito Calixto e da rua Henrique Shauman. </em></span></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;font-size:85%;"><em>Maiores informações, acesse o site: </em></span><a href="http://jazznosfundos.net/"><span style="font-family:lucida grande;font-size:85%;"><em>http://jazznosfundos.net/</em></span></a></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;font-size:85%;"><em>Bom final de semana!!!</em></span></div></div></div>Núbia Basíliohttp://www.blogger.com/profile/14059777778165301252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2647125514589266965.post-47809320075307040422009-06-21T13:07:00.000-07:002009-06-21T13:16:54.630-07:00Propaganda do bemEsses dias, estava xeretando o orkut de um amigo e descobri que ele havia sido convidado para o lançamento de um livro de um novo poeta e amigo seu. Seu nome: Octávio Roggiero Neto. Visitei o perfil do poeta e tive uma agradável surpresa com a poesia com lirismo do cotidiano, simples e com belas palavras.<br /><br />Não deu outra: encomendei o livro, cujo nome é <em>Primícias Poéticas</em>, e agora estou descobrindo outro escritor. Abaixo um trecho de um dos poemas do livro:<br /><br /><div align="center"> <strong>ela</strong></div><div align="center"> </div><div align="center">ela, um dia, quem me dera...</div><div align="center">ela, quimera que miro</div><div align="center">ela, miragem e espera</div><div align="center">ela, profundo suspiro</div><div align="center"> </div><div align="center">ela passa, o mundo pára</div><div align="center">ela, meu poro transpira</div><div align="center">ela, o coração dispara</div><div align="center">ela severa se vira</div><div align="center"> </div><div align="center">ela deveras veneno</div><div align="center">ela milagre me opera</div><div align="center">ela, na lira que esmero</div><div align="center">ela, que tudo supera</div><div align="center"> </div><div align="center">ela, só ela que quero</div><div align="center">ela hora dessas me pira</div><div align="center">ela, meu amor sincero</div><div align="center">ela, verdade ou mentira?</div><div align="center"> </div><div align="center">ela vai fundo, viscera</div><div align="center">ela-fera me devora</div><div align="center">ela-puta não libera</div><div align="center">ela, caixa de pandora</div><div align="center"> </div><div align="center">ela, que nunca tem hora</div><div align="center">ela outra era, ano zero</div><div align="center">ela, que não se demora</div><div align="center">ela, talvez lero-lero</div>Aline Khourihttp://www.blogger.com/profile/00245721615345187476noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2647125514589266965.post-83124043244629294242009-05-22T11:30:00.000-07:002009-05-22T11:39:24.502-07:00Crédito a quem de direitoO belíssimo soneto <em>Canção entre parêntesis</em> é do poeta paulista Guilherme de Almeida e faz parte do seu primeiro livro, "Nós", de 19 17. Também foi incuído na coletânea "Meus versos mais queridos", da editora Ediouro.Núbia Basíliohttp://www.blogger.com/profile/14059777778165301252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2647125514589266965.post-10881406617210663332009-05-22T10:18:00.000-07:002009-05-22T10:36:15.677-07:00Inaugurando<a href="http://2.bp.blogspot.com/_d9jh8b8fbcM/Shbidzn-qXI/AAAAAAAAAAM/RAe_Vd4rnvM/s1600-h/arauc%C3%A1ria.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5338703409996278130" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_d9jh8b8fbcM/Shbidzn-qXI/AAAAAAAAAAM/RAe_Vd4rnvM/s320/arauc%C3%A1ria.jpg" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:times new roman;"><br />Canção entre Parêntesis</span><span style="font-family:times new roman;"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;color:#cc0000;"><strong></strong></span></span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:times new roman;"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;color:#cc0000;"><strong>Q</strong></span>ue</em></span><span style="font-family:times new roman;"><em> bom que você veio!<br /></em></div></span><br /><div align="center"><em>( Estava de ouro na janela o poente:<br />e cerrei a janela calmamente;<br /></em></div><br /><div align="center"><em></em></div><br /><div align="center"><em>no meu cigarro havia um céu inteiro:<br />e deixei-o apagar-se no cinzeiro;</em></div><br /><div align="center"><em><br /></em></div><br /><div align="center"><em>o romance que eu lia era o mais lindo:<br />e marquei minha página, sorrindo;<br /></em></div><br /><div align="center"><em></em></div><br /><div align="center"><em>o meu sorriso era o melhor que existe:<br />e desfolhei-o, docemente triste;</em></div><br /><div align="center"><em><br /></em></div><br /><div align="center"><em>a frase que eu pensava era tão louca:<br />e fechei para um beijo a minha boca;<br /></em></div><br /><div align="center"><em></em></div><br /><div align="center"><em>nos meus olhos a vida ia cantando:<br />e olhei para você quase chorando...)</em></div><br /><div align="center"><em><br /></em></div><br /><span style="font-family:times new roman;"><div align="center"><em>Que bom que você veio!</em></span></div>Núbia Basíliohttp://www.blogger.com/profile/14059777778165301252noreply@blogger.com0